Vem o M.A.T.A. (esfola!) no seu blog lançar a discussão sobre praxes a propósito da notícia de que a Universidade Lusíada terá que pagar uma indemnização pela morte de um dos seus alunos, ALEGADAMENTE como consequência de uma praxe perpetrada por elementos da Tuna Académica da Universidade Lusíada de Famalicão (TAULF).
Não tendo o meu comentário sido postado por aquelas bandas (talvez pelo tamanho do mesmo, não os vou acusar de censura sem provas disso mesmo, apesar desses senhores gostarem de fazer julgamentos em haste pública apoiados em mera especulação). Assim, deixo-a aqui para a prosperidade:
Meus senhores, peço desde já desculpa se o meu comentário for demasiado curto para a complexidade do tema em questão e a multiplicidade das opiniões aqui derramadas, mas bastante comprido para o que seria de esperar de um mero comentário num blog.
Embora não acredite que tenha mais legitimidade ou autoridade moral que qualquer outro nesta discussão, não deixarei de atestar a minha autoridade e credibilidade no que diz respeito a este assunto, para que não tenha que a ver questionada posteriormente.
Possuo duas licenciaturas pré-bolonhesas (uma de 5 e outra de 4 anos), sou doutorando em Ciências Biomédicas e desenvolvo trabalho de investigação em campos tão diversos como a ética animal, a educação e a biomedicina. Para além disso, respeito e promovo a tradição académica desde há doze anos, pertencendo simultâneamente a duas tunas.
Não vou entrar muito na discussão da necessidade de hierarquias, embora considere - e poderia aqui fundamentar cientificamente a minha opinião até à exaustão - que as mesmas, para além de constituírem um imperativo sociológico, são uma imposição da nossa própria biologia, tendo sido, aliás, aprimorada ao longo de milénios pela evolução. Aproveito ainda para relembrar que as pretensões de vivência ou organização anarquista (ou não-hieraquizada) aqui reinvindicadas como tal (do MATA ou outros) podem ser facilmente descontruídas, bastando para tal olhar para o modo como os seres humanos numa qualquer micro-sociedade se organizam.
Relativamente ao respeito que cada um tem pela Praxe (vulgo "Tradição Académica") e praxes, gostaria de clarificar que o mesmo diz respeito à vida pessoal de cada um, pois a adesão às mesmas é completamente voluntária, sendo indefensável que haja coacção a esse respeito. Não me venham com historinhas, que ninguém me convence que cidadãos ADULTOS, com direito a votar, casar, doar sangue ou qualquer outro órgão, trabalhar, emancipar-se dos pais (etc.), em plena posse das suas faculdades mentais e moralmente maturos, possam ser coagidos a fazer seja o que for, apenas pelo poder da persuasão de alunos com mais dois anos de idade que eles (ou menos, muitas vezes), habitualmente em inferioridade numérica.
Quanto a estas questões, aconselho que visitem estes artigos, que reflectem duas visões pessoais (ainda que possa não estar de acordo na íntegra com o artigo do "notas e melodias") em:
http://notasemelodias.blogspot.com/2008/09/notas-sobre-praxes-e-praxe.html
http://transmontunices.blogspot.com/2008/10/praxe-e-utad-uma-breve-reflexo-parte-1.html
http://transmontunices.blogspot.com/2008/10/praxe-utad-uma-breve-reflexoparte-2-da.html
http://transmontunices.blogspot.com/2008/10/praxe-e-utad-uma-breve-reflexo-parte-3.html
Não vou fazer ainda a apologia das tunas. Não é isto que está em causa. Deixo somente como nota de rodapé o papel marcante e indelével que têm tido na cultura portuguesa desde há mais de um século, embora derivem de uma cultura já multi-centenária na península ibérica, mas com uma linha consideravelmente distinta, no respeitante ao repertório, instrumentos, sonoridade e tradições.
Quanto a este caso, em particular, não me surpreende que a Universidade Lusíada tenha sido condenada a pagar uma choruda indemnização pela morte do Diogo (era esse o nome do malogrado estudante), não porque considere que tenha tido alguma responsabilidade na sua morte ou nos eventos subsequentes, mas porque, não havendo responsabilidade moral, poder-se-á alegar que há responsabilidade civil pois, de facto, um aluno morreu no campus universitário. Se um aluno tropeçasse nas escadas a caminho das aulas e daí resultasse a sua morte, poder-se-ia fazer a mesmíssima alegação.
As circunstâncias da morte são estranhas, isso é sabido. No entanto, tal não significa que tenha havido homicídio. Abordo isto num artigo antigo, que escrevi a propósito do tema, e no qual até mostrei o meu repúdio pela dita "praxe física", por não achar que a mesma contribua em nada para a formação pessoal do caloiro (ou o "praxando", que poderá não ser necessariamente a mesma coisa) ou que dignifique de alguma maneira a Praxe e as praxes. Assim, neste caso em concreto, e com o conhecimento que tenho da vivência no seio de inúmeras tunas, parece-me muito improvável que algum tuno pudesse agredir alguém tão violentamente que lhe provocasse danos permanentes ou letais, e simultâneamente lhe provocasse escoriações várias. Não faz sentido.
Permitam-me agora algumas reflexões sobre o que poderá ter acontecido nessa fatídica noite. Evidentemente, assumo o carácter hipotético das mesmas, por uma questão de honestidade intelectual, mas saliento que quem deveria ter o dever deontológico e ético de tecer conjecturas - a "eminente" jornalista Felícia Cabrita - se demitiu dessa mesma responsabilidade.
Não vou apoiar a "teoria da conspiração" de que o hematoma cervical e as escoriações teriam sido causadas pelo primeiro médico legista, reconhecida e visceralmente anti-praxe a psicologicamente perturbado, uma semana antes do seu suicídio. Ainda que perfeitamente plausível, é deveras conjectural.
Vamos então ao contexto do incidente. Não estamos a falar de um miúdo atacado selvaticamente num jogo de futebol por uma data de desconhecidos. Estamos a falar de um adulto, inteligente, educado, bem integrado, saudável, desportista e frequentando o 4º ano da faculdade durante uma actividade - ensaio da tuna - de um grupo ao qual aderiu voluntariamente (e no seio do qual, tanto quanto sei, se divertiu à grande durante anos) e rodeado por seus amigos. Não vos parece improvável que alguém, caloiro da tuna ou não, permitiria que outro(s) o agredisse(m) traumaticamente, ou causasse(m) escoriações de qualquer tipo?
Sendo o Diogo pandeireta da tuna e tendo levado as mesmas para o ensaio - apesar da sua mãe ter dito a posteriori que ele lá ia para anunciar a sua saída - não poderá haverá correspondência entre as pretensas escoriações e o bater e raspar das pandeiretas nas diversas partes do corpo, como consequência do normal decorrer da sua prestação artística?
Terá o Diogo tropeçado e caído a caminho da casa de banho, onde foi encontrado mal-disposto? Terá feito alguma lesão antes de ir ao ensaio?
Há muitos cenários alternativos àquele que, sem provas concretas, é discutido em praça pública como certo. Não podemos, evidentemente, colocar inteiramente de parte a hipótese de morte acidental por um evento associado ao decorrer do ensaio, embora tal me pareça altamente improvável. Nesse contexto, a morte do Diogo não deixaria de ser acidental, podendo mesmo ser equiparada às que ocorrem devido a um acidente desportivo. Lamentáveis, mas acidentais.
Como nota final, peço que não se aproveitem deste caso para atacar as praxes no geral. São contextos ABSOLUTAMENTE distintos e é completamente desonesto, bacoco e dum chico-espertismo lamentável pegar num caso como este, descontextualizá-lo e extrapolá-lo para construir um argumento (falacioso, claro está) contra a prática das praxes ou pior, para condenar a Praxe (vulgo, "Tradição Académica") como tradição e prática decorrente da vida de adultos, livres, maiores e vacinados.
10 comentários:
Os comentários no blogue do M.A.T.A. não são moderados, não carecem de autorização nossa, portanto isso deveu-se a um qualquer problema técnico.
O "alegadamente" diz-se quando não se tem a certeza do que aconteceu e, de facto, não se sabe ao certo como Diogo Macedo morreu. Sabe-se, isso sim, que foi num contexto de praxe. Mas se queremos saber a verdade seria óptimo que as pessoas que lá tiveram se "lembrassem" dos acontecimentos. Se o M.A.T.A. especula, especulam também os tribunais, não?
As hierarquias tendem a mudar. Não vivemos numa sociedade de ordens como na Idade Média, e a própria existência de classes alterou-se bastante desde o final do século XIX. Acredites tu no que pensares, sejas de direita ou de esquerda (ou outra coisa qualquer), os estudantes são iguais em direitos e deveres. As hierarquias da praxe são completamente inventadas, enquanto as outras que existem acontecem porque existem diferenças (particularmente económicas).
Eu cá venho com esse argumento da coacção, sim. Ela existe, é demasiado óbvio que existe, esses mais dois anos fazem alguma diferença. A atitude marialva e agressiva também. Isto para além de teres receio de não te integrares (isto é chantagem).
Dizes tu que não faz sentido um tuno agredir violentamente um caloiro. Ora, mas parece que aconteceu. E parece que não será caso único. Há cortes de prepúcios, há agressões, há violações, há humilhações. É óptima a praxe.
Em relação à tua fábula sobre o que se passou nessa noite eu só acho que deverias ser mais respeitoso. Tudo aponta para um homícidio, mas como isso afecta a tua amada praxe preferes inventar quedas e coisas que não fazem sentido.
Nós atacamos as praxes no geral sempre, é inevitável se a mesma leva a uma morte que a acusemos ainda mais. Faz todo o sentido.
Desde já obrigado pelo teu comentário, ainda que discordante.
De facto, os estudantes são, à luz da lei, iguais em direitos e deveres, e é bom que assim seja. Já à luz da Praxis, à qual aderem SE FOR ESSA A SUA VONTADE, não.
Há chantagem? Não, chantagear com quê? Há condicionalismos? Pois claro. Só podemos ser médicos se cursarmos medicina. Só podemos casar se tivermos namorada7o e com alguém do mesmo sexo, só num país mais liberal. Só podemos viver verdadeiramente o academismo se formos praxistas. Só podemos comprar o traje se tivermos dinheiro para tal. Tudo é condicionado. Não vejo porque na Praxe há-de ser diferente.
Não vivemos numa sociedade de ordens, como na idade média, ou castas, como na Índia. Ou seja, temos a possibilidade de escolher os ambientes sociais em que nos movemos. Não podemos condenar alguém por ser anti-praxista (ou mesmo de promover o "nacional anti-praxismo"), assim como não podemos condenar os praxistas.
Entendo que, a pretexto de praxe, já muita gente prevaricou e abusou e ultrapassou os limites do moralmente aceitável ou legalmente admissível. Mas note-se que tal acontece A PRETEXTO de praxe, mas não EM CONTEXTO de Praxe. Há quem o faça a pretexto do desporto, a pretexto do casamento, do namoro, do trabalho (como no caso do abuso policial, ou do assédio sexual no local de trabalho), etc. Isso são crimes que devem ser julgados como tal, INDEPENDENTEMENTE do contexto. E isso é algo que alguma opinião pública não consegue ver. O facto de alguém ter uma atitude perversa num determinado momento e contexto, não torna esse contexto, por si, perverso. O facto de alguém ter comportamentos condenáveis a pretexto das praxes, não torna a verdadeira Praxe, em si, condenável. E muito menos todas as pessoas que a ela aderem, se divertem e vivem os melhores momentos da sua vida.
O facto da morte se ter dado em contexto de praxe não significa necessariamente que derivou directamente da prática desta. Como um colega "postou" recentemente - em http://asminhasaventurasnatunolandia.blogspot.com/2009/09/aventura-do-contraditorio.html - esta sentença equivale a condenar o Santuário de Fátima - e por tal imputar materialmente ao Vaticano e seu chefe de Estado, o Papa Bento XVI pela morte de um peregrino encontrado em mau estado de saúde no w.c. do recinto e que vem a falecer depois.
Não nego que, no limite, se possa atribuir responsabilidade civil à faculdade pela morte ter ocorrida no campus, mas tal trata-se mais de um artifício jurídico para atribuir responsabilidades a quem, de facto, não as tem.
As hierarquias da Praxe, e muito especialmente nas tunas, derivam da organização estrutural que se entendeu por bem delinear, e alinha quem quer. No partido comunista (e, já agora, clarifico que embora seja apartidário, inclino-me mais para a esquerda. E olha que ficarias surpreendido se soubesses quantos comunistas praxistas há...), por exemplo, o Secretário Geral não é eleito por sufrágio directo pelos militantes, mas antes proposto pelo Comité Central e há quem discorde de tal prática. No entanto, só é militante quem quer e para o ser tem que seguir as regras há muito estipuladas.
Assim sendo, deixo apenas um alerta ao MATA e grupos semelhantes (cujo número de aderentes é uma pequeníssima fracção do número de pessoas que de facto trajam, praxam e gozam a vida académica): têm toda a legitimidade de criticar a praxe, de lançar um debate aberto sobre a mesma e de fazerem as campanhas que quiserem. Em democracia, é um direito que vos assiste, e ainda bem. Não tentem é intrometer-se e indevidamente naquilo que é a VIDA PRIVADA dos alunos do Ensino superior. A praxe não tem figura jurídica. Não há lobby que permita legislar sobre o não-legislável. Os praxistas, como todos os cidadãos, estão sujeitos à lei. Nem mais, nem menos.
O comentário que queria fazer aqui era demasiado grande para o blogger aceitar. Ainda me ocorreu dividi-lo ao meio, ou em mais partes e pô-lo aqui à mesma, mas pareceu-me melhor postá-lo no blogue do MATA: http://blogdomata.blogspot.com/2009/10/resposta-longa-um-comentario.html
Caro bi-licenciado pré-bolonhês
Antes de se pôr a fazer reflexões informe-se. Se deseja apenas defender as praxes defenda-as, mas não tente arranjar justificações para um HOMICÍDIO destes. Caso não saiba o processo tem escutas, ameaças e insultos à mãe, um comportamento suspeito da Universiada, etc.
Dedique-se às suas bi-licenciaturas pré-bolonhesas e não fale daquilo que não conhece.
Caríssimo anónimo (ou "anônimo", como permite que o blogger o denomine),
Tomei a liberdade de excluir o comentário anterior, por ser um duplicado. Que sejam indelicados uma vez, passa, duas já é esticar.
Neste blog promove-se, discute-se e procura-se dignificar a Praxe, razão pela qual não nos coibimos de apontar os dedos a todos aqueles que dela se aproveitam para proveito próprio. Tiranos, frustrados e outros azeiteiros que tais - praxistas ou futricas, "anônimos" ou com rosto - têm aqui forte oposição, em nome do verdadeiro academismo.
O caso do Diogo parece-me um caso flagrante de aproveitamento indevido de uma tragédia. Um jovem morre em circunstâncias estranhas e, ao invés de determinar OBJECTIVA E IMPARCIALMENTE as razões por detrás da sua morte, escolhe-se um cenário tão hipotético como qualquer outro (curiosamente, o que mais choca e vende jornais à custa da ignorância e sede de sangue da amorfa opinião pública nacional) e usa-se o mesmo como arma contra toda a tradição académica em geral, e às tunas em particular. Só quem não percebe nada sobre a primeira e as segundas pode abraçar a teoria da conspiração de que o Diogo foi atraído para uma armadilha mortal por um grupo - melhor dizendo, um "gang", ao que tudo indica - que durante anos tudo fez para o humilhar, agredir e subjugar contra a sua vontade, apesar da vítima ser um adulto, no 4º ano do seu curso e educado no seio de "boas famílias".
Independentemente dos reais contornos da noite fatídica (e da semana que se lhe seguiu, durante a qual esteve vivo e que poucas vezes é referida, por razões que desconheço) este parasitismo da dor alheia para servir os seus propósitos ideário-políticos é, sob todos os pontos de vista, condenável.
Seja qual for a verdade, todos a querem saber. "Doia a quem doer", como diria o Fiúza. Deixo aqui alguns factos –ainda por refutar pelos acusadores - para reflexão,:
- Tudo começou com uma carta acusativa da parte de um médico que se absteve de fundamentar a acusação, não obstante a responsabilidade cívica e clínica de o fazer. Um médico reconhecidamente anti-praxista, que colegas classificaram como "pouco normal", que nem estava de serviço nessa noite nem viu o Diogo e que, pouco tempo depois, se suicidou. Se este último facto não acrescenta nem retira nada em termos argumentativos, não é menos verdade que a instabilidade emocional de quem a redigiu deve ser considerada, por questões de credibilidade. No concreto e objectivo, o que mais importa é que levantou uma acusação INFUNDAMENTADA.
- Quem não gosta do ambiente e/ou "modus operandi" de uma tuna (ou de qualquer outro grupo, aliás) não fica lá mais de três anos nem vai ao ensaio. Se quisesse sair, não aparecia, ou mandava uma mensagem, ou recado. É assim que todos o fazem, e ficamos amigos à mesma. Não me venham com tretas como as que eu já li do blog do MATA de que o Diogo era músico e a única possibilidade de tocar música era na faculdade numa tuna. O Diogo era tão músico que entrou para tocar pandeireta (instrumento que por mais que uma vez os anti-praxistas não se coibiram de ridiculizar), sem desmérito para quem o faz, antes pelo contrário, porque eu não conseguiria. O Diogo não andava na tuna apenas pela música, pois outras alternativas havia, tais como tocar sozinho, com amigos no tasco, num coro, numa orquestra, numa banda, à volta da fogueira com os jambés, etc. Mau era se a possibilidade de alguém tocar e/ou ouvi música se esgotasse nas tunas. O Diogo estava na tuna pela mesma razão que todos nós estamos: PORQUE GOSTAVA E TINHA LÁ OS SEUS AMIGOS. Que a mãe até convidou para tocar no funeral. Ou terá sido a tuna a ameaçá-la para o poder fazer?
- O relatório médico de quem fez a autópsia do Diogo diz que ele tinha sido agredido horas antes de morrer. O ensaio tinha ocorrido UMA SEMANA antes do Diogo ter, lamentavelmente, falecido. Até à autópsia, nem tunos, nem maqueiros, nem médicos, nem enfermeiras, nem família viram marcas nenhumas, pela informação divulgada.Que se passou? Todos gostariam de saber.
- A tuna, em 2004, pôs-se à disposição de todos para qualquer esclarecimento. Não houve "muro de siléncio" nem ninguém s escondeu. Divulgaram toda a informação existente (inclusive a do Ministério Público) no seu site e foram ao IV ENT prestar o seu depoimento.
- De entre as milhentas acusações, está a de que ninguém ajudou o Diogo quando se sentiu mal e foi para a casa-de-banho ou então, de que a tuna de apenas terem mandado um tuninho (para o MATA, afinal, sempre há amigos de primeira e de segunda categoria). É evidente que, não suspeitando de algo grave, ninguém vai atrás de um homem crescido para a casa de banho. Ao ver que ele demorava um bocado, tiveram a presença de espírito de mandarem alguém verificar se ele estaria bem. Deveriam ter parado imediatamente o ensaio ao reparar que um colega se sentia indisposto, ainda que sem saber a gravidade da situação? Provavelmente, isso era o que eu faria e aposto convosco que todos que lá estivreram lamentam não o ter feito. Mas ninguém imaginava a gravidade da situação, quando o Diogo se retirou, pelo seu pé.
- Desde então, nunca se viu nada a não ser a versão cozinhada pela jornalista (???) Felícia Cabrita, extensas entrevistas (que os tunos de livre vontade acederam a dar) resumidas a uma frase descontextualizada e ouvidos moucos aos FACTOS que ilibam a tuna e insistência numa hipótese absolutamente absurda e macabra.
ATÉ PROVA CONTUNDENTE E IRREFUTÁVEL EM CONTRÁRIO (e ao que parece, o processo foi reaberto, pelo que se aguardam novas informações, que esperamos verdadeiras) não tenho razões para não acreditar na inocência da tuna. O problema é que este cenário não pode ser usado para descredibilizar a Tradição Académica e as tunas, nem tampouco vende jornais ou choca a opinião pública.
Espero que, um dia que a tuna venha a ser completa e inequivocamente ilibada - algo que, como disse, até prova em contrário acredito - a Felícia Cabrita faça uma "Grande Reportagem" sobre este processo. Parece que a estou a ver a chegar à SIC e dizer: "Tenho um furo daqueles! Ninguém matou ninguém em Praxe". Infelizmente, o mais provável é que nem nota de rodapé no telejornal vai merecer...
De vez em quando cruzo-me com estas pérolas online, e apesar do tempo ao qual foram escritas não quero deixar de me pronunciar.
Farei um pequeno comentário. Cito:
"Terá o Diogo tropeçado e caído a caminho da casa de banho, onde foi encontrado mal-disposto? Terá feito alguma lesão antes de ir ao ensaio?"
Quer dizer... se o M.A.T.A diz é porque tem teoria da conspiração. Se por ventura tu dizes, está certo e sabido, porque lá estiveste.
É que afirmar de boca cheia que ele foi descoberto na casa de banho, é atribuir veracidade ao que aos restantes membros da tuna presentes nessa noite disseram, não é? Mas tu não estiveste lá... tens provas?
Tu não sabes mais que os restantes e apoias-te nesse comentário como se tivesses 100% de certeza do que afirmas, como se te baseasses numa experiência vivida em primeira pessoa, e nada da entrada que escreves acusa isso.
Logo não sabes mais do que o M.A.T.A e acusá-lo de conspiração é dum raciocínio tão pobre e tão oco quanto vires fazer afirmações sobre as quais nem tu próprio realmente tens a certeza.
Não estiveste lá. Não sabes se foi achado na casa de banho. Leste que sim e preferes acreditar que sim. É um direito que te assiste. Apenas não vendas isso como um facto.
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