terça-feira, 6 de maio de 2008

Festa Ibérica - (um)a reportagem!

Mais vale tarde que nunca.
Desistindo (provisoriamente) de adicionar fotos do VII Festa Ibérica (Pitta, despacha-te lá com isso) com a reportagem, escrevo primeiro esta e depois ilustro-a quando puder.
Antes de mais, gostava de esclarecer que esta é a MINHA visão do que foi este "Festa", não reflectindo necessariamente a opinião da organização.

Celebrou-se - nos míticos dias de 2 e 3 de Maio - mais uma edição do Festa Ibérica, desta feita a sétima. E não ficou este excelsamente organizado evento muito longe de ser absolutamente mágico. A festa começou no dia 1, com o típico repasto de recepção às tunas - logo seguido da inevitável diversão nocturna - e só acabou quando raiou a madrugada do dia 4, na "rave-arraialada" ao ar livre com vista para as lindas margens do Corgo.
À semelhança do ano anterior, a arruada ("Passa-calles") decorreu no centro comercial "Dolce Vita", tendo a maior parte das tunas mostrado grande animação e espírito académico, com salvaguarda de duas delas, que acabaram por boicotar deliberadamente a iniciativa (assim como outras). Nada que já não tivessem feito antes, noutros momentos e latitudes. Isto acontece quando há grupos que consideram que um Festival de três/quatro dias, dedicadamente organizado durante meses, com um grande orçamento e obrigações perante os seus mecenas se resume a 30 minutos em palco. É lamentável, sem dúvida, mas felizmente estes grupos não constituem a regra.
Como é tradição, realizou-se também no Sábado a Mega-Churrascada para todas as tunas, no complexo à beira-rio de Codessais (nada de trocadilhos foleiros com o nome, ok?), promovendo o convívio entre todos os participantes.


No que diz respeito ao espectáculo propriamente dito, mais uma vez o magnífico Teatro de Vila Real não chegou para todos que queriam assistir ao Festival (até porque todos os bilhetes estavam já há muito vendidos para os dois dias de espectáculo), com um público que se mostrou apoiante indefectível das tunas, e irredutível nos seus lugares até ao último minuto. Confesso que poderei estar enganado no que diz respeito à ordem de actuação de cada uma das tunas, por isso desculpem qualquer coisita.


No dia 2, e após a sempre animada e sui generis apresentação do incontornável Grupo de Animados e Irresistíveis Jograis Universitários Sequiosos (os G.A.I.J.U.S., na sua mais improvisada actuação de sempre, mas sempre ao seu nível), a Transmontuna inaugurou o palco, com os temas "Festa Ibérica" - instrumental que deu nome ao festival - e "Eterna Cidade", ambos originais. Logo se viu que este era um público que não necessitava de grande "aquecimento", dado o calor com que recebeu os anfitriões deste certame.

Logo de seguida, a Afonsina apresentou-se com grande irreverência e animação, com um repertório bastante original e grande harmonia vocal e instrumental. De seguida, a Tuna da Universidade Lusíada mostrou estar encarreirada no sentido de recuperar a sua antiga forma, com uma prestação bastante conseguida. Após o intervalo, mais uma tuna a concurso em palco, desta feita a Tuna Universitária do Porto, que dispensa apresentações. Após uma actuação de grande qualidade, com um repertório nostálgico, emotivo, eclético e já sobejamente conhecido na esfera tunante, o público rendeu-se à sua prestação, aplaudindo de pé.

No dia 3, a Tuna de Farmácia de Lisboa inaugurou o palco com uma actuação muito bem conseguida, animada e irreverente ("Ai, Sr. Doutor..."), logo seguidos dos Tunídeos, que uma vez mais fizeram intercalar da melhor maneira a parte musical da sua actuação com a componente cénica, desta feita evocando as célebres aventuras de Astérix, com a sempre peculiar visão "Tunidiesca". Uma actuação plena de originalidade, cor, ritmo, humor e qualidade musical. Destaque-se o novo arranjo de uma das "velhinhas", a canção "O Mar".
Após o intervalo, actuou a Magna Cartola de Aveiro, desfilando temas já sobejamente conhecidos, com as suas orquestrações, coreografias e arranjos vocais muito peculiares, que fizeram as delícias do público. De seguida, a Desertuna, veio mostrar porque é actualmente - na minha modesta opinião - uma das melhores e mais originais tunas do país, com uma actuação plena de ritmo, cor, originalidade, boa disposição e com momentos simplesmente épicos. Destaque para o tema "Adamastor".

A noite terminou com a tuna da casa naquela que foi, sem sombra de dúvida, uma actuação qe nos marcará para sempre. Em memória da flamejante vida da Nádia, dedicamos-lhe a música que nos encantava ouvi-la cantar: a "Chuva". Ao invés de sermos excessivamente dramáticos e pesarosos, decidimos que celebraríamos e honraríamos melhor a sua memória com um momento sentido, emotivo mas, e acima de tudo, genuíno.
A actuação lentamente cresceu, em termos ritmícos e anímicos, com "Festa Ibérica", "Malagueña", "Oh, pareciam coentros mas afinal é...Salsa"(estreia absolutíssima, com uma semana de ensaio) e o nosso "Hino da Transmontuna".
Para quem se interessa por estas coisas, cá ficam os prémios:


Melhor Tuna: Tunídeos
2ª Melhor Tuna: Tuna Universitária do Porto
3ª Melhor Tuna: Magna Tuna Cartola de Aveiro
Melhor Solista: Tuna Universitária do Porto
Melhor Instrumental: Tuna Universitária do Porto
Melhor Tema Original: Magna Tuna Cartola de Aveiro
Melhor Porta-Estandarte: Tunídeos
Melhor Pandeireta: Desertuna
Melhor Pasacalles :Desertuna / Tunídeos
Tuno mais Tunanteador: Delfim, ("Velho" dos Tunídeos)

E o Grande Prémio Festa Ibérica ("Tuna mais Tuna"): Tunídeos

Para o ano há mais, se Deus quiser, e os patrocinadores ajudarem!

PS - Parabéns, Delfim! És mesmo o Tuno mais Tunanteador de todos os tunos!!! Um Abraço

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